O suicídio pode ser considerado um exercício de autonomia?
DOI:
https://doi.org/10.14422/rib.i28.y2025.008Palabras clave:
suicídio, autonomia pessoal, bioética, vulnerabilidade, direitos humanosResumen
Em uma era expressivamente tecnológica, a morte segue como um tabu, e o suicídio, em especial, carrega forte carga de preconceitos que recai sobre os envolvidos, familiares e sobreviventes de tentativas. As percepções sobre o ato suicida variam de acordo com o espaço e o momento histórico, mas os suicídios ou as suas tentativas são um problema de saúde pública. As intervenções sociais possíveis esbarram em questões éticas frente à autonomia do indivíduo. Será o suicídio um exercício pleno de autonomia ou existem outras influências que comprometam a capacidade de decisão do indivíduo? O objetivo deste estudo foi uma reflexão bioética sobre o suicídio por meio de uma revisão narrativa da literatura, que incluiu textos sobre conceitos, estatísticas, estratégias de prevenção e bioética. Sem uma sonora resposta de amparo para cada pedido de socorro no silêncio eloquente de um suicida potencial ou efetivo, não é possível falar em autonomia no comportamento suicida.
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