O ensino da bioética nas escolas secundárias do Brasil: reflexões à luz da pedagogia libertadora de Paulo Freire
DOI:
https://doi.org/10.14422/rib.i28.y2025.011Palabras clave:
educação libertadora, ética, ensino secundário, bioéticaResumen
Ao transcender os limites biomédicos e/ou biotecnológicos, a bioética desponta como um espaço de discussão política para os dilemas morais da atualidade. Assim, estreitam-se os laços de uma bioética interventiva e politizada e uma educação libertadora, pautada na defesa dos direitos humanos universais, defendidos pelo brasileiro Paulo Freire. Este estudo, realizado a partir de uma revisão narrativa da literatura, tem a pretensão de ampliar o debate sobre o “como” e o “quanto” a presença da bioética no ensino secundário do Brasil pode se constituir como um diferencial importante na construção de uma educação para a liberdade. Conclui-se que o sucesso do ensino da bioética no Brasil, no nível secundário, dependerá da decisão ética do Estado e das comunidades escolares, diante da árdua tarefa de superar a “educação bancária” e se comprometer com o “cultivo das humanidades” dos adolescentes, aqui considerados protagonistas históricos de suas trajetórias acadêmicas e projetos de vida.
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